sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Ciclo de Entrevistas: Quilombolas

 Olá


O blog Pedageo está em outra plataforma, mas bonita!!! Clique aqui e confira o ciclo de palestras sobre os Quilombolas, são duas entrevistas imperdíveis. Se preferir pode nos seguir no blog também: blogpedageo.wordpress.com


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segunda-feira, 6 de junho de 2022

Ciclo de Entrevistas: Geoprocessamento e Saúde- Ricardo Dagnino

 




Iniciou seus estudos de graduação em Porto Alegre na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no curso de Ciências Sociais em 1997 gostava muito de Antropologia e Sociologia, mas como vários alunos que ingressavam em alguma graduação ele não estava feliz na sua escolha…, apesar do curso ser muito bom e com isso foi buscar no seu antigo sonho a sua realização num curso que havia muitos candidatos, mas tinha uma vaga… Acabou passando e pode realizar um excelente curso, com muitos trabalhos de campo e colegas que se tornaram amigos e que convivem até hoje!



Concluiu o curso de Bacharelado em Geografia pela UFRGS em 2004 e foi fazer mestrado também em Geografia no Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com defesa de dissertação sobre mapeamento participativo de riscos ambientais em 2007. Foi a partir do Mestrado que conheceu as pesquisas realizadas pelo Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó” e pelos professores ligados ao Departamento de Demografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP. Pesquisas interessantíssimas que visavam no campo dos estudos de população, utlizando ferramentas de análise de dados estatísticos e espaciais, com muito Geoprocessamento.



Passou na seleção e fez a pesquisa de doutorado em Demografia na UNICAMP entre 2008 e 2014, estudando indicadores socioambientais e o processo de ocupação da Amazônia, e também durante o doutorado também fui bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no projeto de pesquisa “URBISAmazônia”, coordenado pelo Pesquisador Antônio Miguel Vieira Monteiro, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Depois que finalizou o doutorado fez um estágio de pós-doutorado entre 2015 e 2017 em Análises estatísticas espaciais ligadas ao Laboratório Urbanização e Mudanças no Uso e Cobertura da Terra, da Faculdade de Ciências Aplicadas da UNICAMP.



Ah, mas os sonhos não acabaram e foi buscar outro sonho antigo o de ensinar Geografia, e foi fazer o curso de Licenciatura que conseguiu utilizar vários créditos do curso de Bacharelado em Geografia que concluiu em 2004 ficando as disciplinas de didática, ensino e estágio docente.



Em 2017 tornou-se Licenciado em Geografia pelo Claretiano Centro Universitário. Desde 2018 é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, coordenando diversos projetos de pesquisa e extensão e atuando no ensino, prioritariamente, nos cursos de Bacharelado em Desenvolvimento Regional e Licenciatura em Geografia. No final da entrevista colocamos a fonte usada para elaboração na pergunta e o currículo do Professor que é o nosso entrevistado de hoje o Dr. Ricardo Dagnino que desde já agradecemos pela belíssima entrevista e ter cedido o seu tempo!! Participe deixando os seus comentários. Confira também no blogpedageo.wordpress.com



1-PPEG- “Ele foi desenvolvido dentro do Projeto SIG Litoral, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com a estratégia de disponibilizar à sociedade análises espaciais e dados organizados sobre a doença, reunindo pesquisadoras/es, bolsistas e voluntárias/os. O portal, voltado à comunicação em saúde, possibilita a visualização de dados nas escalas global, nacional e regional, além do monitoramento das populações indígenas da Amazônia e o mapeamento das redes de solidariedade no Litoral Norte do RS”(DAGNINO et al, 2020). A partir desta introdução, explique um pouco mais sobre este projeto e quantas pessoas se envolveram nele?

Ricardo Dagnino- O projeto de pesquisa SIG Litoral Norte está cadastrado na Pró-Reitora de Pesquisa da UFRGS desde 2018. Foi elaborado pelos meus colegas servidores da UFRGS Litoral: a geógrafa e professora Marlise Dal Forno e pelo Engenheiro Cartógrafo Pablo Silveira. A Marlise foi a primeira coordenadora do projeto e eu assumi a coordenação depois dela, ainda em 2018. Antes da pandemia de Covid-19, em 2020, o projeto trabalhava na compilação, criação, cálculo, processamento, análise e elaboração de mapas (tanto físicos, em papel, como em formato digital, interativo) voltados para retratar aspectos socioeconômicos e ambientais dos municípios localizados na porção norte do litoral gaúcho, que é a área de atuação da UFRGS Litoral. Com a chegada da pandemia resolvemos canalizar nossos esforços de Geoprocessamento para elaborar mapas interativos, gráficos e fornecer para a população diversas análises estatísticas e espaciais que não estavam disponíveis na ocasião. Nesse processo fomos impulsionados a ajudar também na análise e representação de dados do Amazonas, que passou por momentos críticos no início da pandemia, atendendo o convite da professora Geise Canalez da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e outros colegas com atuação naquele estado: Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Museu Nacional – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, FIOCRUZ/ILMD – Fiocruz Amazônia, Instituto Leônidas e Maria Deane. Nesse aspecto é importante notar que no início da pandemia tivemos casos de apagão de dados (as informações sobre a doença sumiram do website do Ministério da Saúde) e dados fornecidos em formatos pouco amigáveis (como PDF ou imagem JPG), que impediam a elaboração rápida de mapas. Assim, nossos objetivos de pesquisa foram readequados para enfocar a pandemia e fornecer mapas com a distribuição espacial e a propagação da doença tanto no território gaúcho como no Brasil. O trabalho foi dividido em temas específicos cada um com coordenadores temáticos: Covid-19 mundo, coordenado pelo professor Guilherme Oliveira (UFRGS) e auxiliado por dois alunos de graduação de geografia; Covid-19 e solidariedade RS, coordenado pela professora Sinthia Cristina Batista (UFRGS), pelo geógrafo Paul Schweizer (Universität Hamburg) e o aluno Gabriel Amoretti Franco e mais uma dezena de colaboradores. Merece destaque especial o monitoramento realizado nos temas “Covid-19 Amazonas” e “Covid-19 populações indígenas”, ambos coordenados por mim, juntamente com o professor Marcos Freitas do Instituto de Geociências da UFRGS, que mobilizou seis alunos de graduação e pós-graduação sob sua supervisão, e a professora Geise Canalez (UFAM), que supervisionou o trabalho de cerca de 21 pesquisadores da UFAM, UEA, Fiocruz e Museu Nacional, inclusive alunos que viviam em comunidades ribeirinhas do Amazonas. Além dessa diversidade de pesquisadores, ainda no tema das populações indígenas contamos com uma equipe de especialistas em demografia indígena da UNICAMP (professora Marta Azevedo e a doutoranda Alessandra Traldi Simoni), da Universidade Federal da Grande Dourados, Mato Grosso do Sul (professores Levi Marques Pereira e Rosa Colman) e da Universidade de São Paulo (pesquisadora Tatiane Maira Klein). Com o encerramento desses grupos temáticos em 2020, o projeto de pesquisa continuou trabalhando em 2021 e 2022 com os dados de Covid-19 do Rio Grande do Sul em paralelo com as análises socioeconômicas sobre o litoral. No total, além dos incontáveis pesquisadores internos e externos à UFRGS que participaram da força-tarefa que se formou em torno do mapeamento da Covid-19, a equipe de trabalho constituída por membros da UFRGS Litoral soma mais de 30 alunos de graduação que atuaram como bolsistas de Iniciação Científica ou pesquisadores e cerca de 15 professores e técnicos. Uma visão geral da quantidade e distribuição dos pesquisadores em cada equipe temática pode ser conferida em https://www.ufrgs.br/sig/saiba-mais/equipe/.



2-PPEG- As técnicas de uso de Geoprocessamento na questão sanitária, na sua opinião, deveriam serem mais difundidas na escala local, por exemplo as prefeituras utilizarem mais estas ferramentas ?

Ricardo Dagnino- Apesar da dificuldade técnica (hardware e software) e humana (profissionais qualificados), certamente a situação ideal é que cada município ou pelo menos um coletivo deles (reunido em torno de uma associação ou consórcio) tivessem uma sala de situação daquelas que vemos em filmes de ficção científica (e que de fato existem em algumas instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) preparada para monitorar e enfrentar calamidades, crises ou desastres. Nessa sala de situação, os técnicos deveriam armazenar dados estatísticos georreferenciados que permitissem prevenir desastres, visualizar mapas e gráficos, interpretar tendências, estimar riscos e planejar a mitigação, no caso de alguma ocorrência. Infelizmente, o que se viu nessa pandemia é que essa é uma realidade ainda distante no Brasil. Durante a fase mais aguda da pandemia no Rio Grande do Sul, ao longo de 2020, trabalhei ao lado de outros colegas de projeto de pesquisa Eliseu Weber e Vítor Duarte e da UFRGS Litoral, no projeto de extensão universitária “Impactos da Covid-19 no Litoral Norte” que forneceu apoio técnico, elaborou relatórios e assessorou prefeitos e secretários de saúde sobre a pandemia de coronavírus (Covid-19) nos mais de 20 municípios pertencentes à Associação dos Municípios do Litoral Norte (AMLINORTE), Rio Grande do Sul. Nesse trabalho de assessoria contamos com a colaboração valiosa de duas pesquisadoras da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) do Litoral (Ana Cardinale Pereira Souza e Ivone Andreatta Menegolla) que forneciam dados atualizados sobre casos, internações e óbitos no Litoral. A partir desses dados pudemos calcular indicadores locais, para cada um dos municípios, como taxa de contaminação (relação entre casos e população total), índice de letalidade (relação entre óbitos e casos), além de desagregar essas análises por grupo etário (o material está disponível em: https://www.ufrgs.br/sig/covid19-litoral/). Tratava-se de indicadores baseados em dados obtidos localmente pela CRS diretamente nas secretarias municipais de saúde. Eram dados muito mais atualizados do que os que obteríamos somente utilizando os números fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde que chegava a ter defasagem de meses. Ao longo de 2021 calculamos o atraso no processamento e divulgação dos dados que se encontra disponível em: https://www.ufrgs.br/sig/calculo-atraso-covid19-2021/. Essa parceria entre a UFRGS e a associação de municípios do Litoral Norte (AMLINORTE) mostrou que a universidade pode atuar nas lacunas que existem na gestão pública (por exemplo, a ausência daquelas salas de situação cheia de telas e mapas), fornecendo dados atualizados sobre a pandemia para o poder público conseguir elaborar políticas mais eficientes. Infelizmente nosso trabalho foi interrompido quando chegaram as eleições municipais ao final de 2020, algo muito comum no Brasil, onde o planejamento muitas vezes é pensado como projeto de governo e não como projeto de Estado, de nação.

3- PPEG- Dê uma sugestão de aos nossos visitantes do blog PEDAGEO utilizando o Geoprocessamento e Saúde em sala de aula

Ricardo Dagnino- Para trabalhar Geoprocessamento e saúde em sala de aula eu recomendo os materiais que fazem parte da série Capacitação e Atualização em Geoprocessamento em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Trata-se de uma rica fonte de textos, dados e links muito úteis tanto do ponto de vista teórico quanto prático. Um dos coordenadores do curso é o geógrafo e pesquisador da FIOCRUZ, Christovam Barcellos, um dos grandes pesquisadores da área de geografia da saúde no Brasil, principalmente com uso de Geoprocessamento. O material do curso está acessível em https://www.capacita.geosaude.icict.fiocruz.br/referencia.php, bastando apenas que o professor interessado realize um cadastro rápido para poder baixar o material. Importante notar que para este curso foram convidados diversos autores especialistas em diversos temas para elaborarem textos que foram organizados em três volumes: Volume 1 – Abordagens espaciais na Saúde Pública; Volume 2 – Sistemas de Informações Geográficas e análise espacial na Saúde Pública; Volume 3: Introdução à Estatística espacial para a Saúde Pública. Ao final de cada volume existem exercícios cujos dados podem ser baixados em https://www.capacita.geosaude.icict.fiocruz.br/exercicios.php

E aí você gostou? Então conheça mais sobre os trabalhos e sua atuação atual do Dr. Ricardo Dagnino clicando aqui.





Referência utilizada na questão:

DAGNINO, Ricardo. et al. O MONITORAMENTO DA COVID-19 ATRAVÉS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA: ESTRATÉGIAS E DESAFIOS PARA A TRANSPARÊNCIA DE DADOS PÚBLICOS NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. 2020, nov. Clique aqui e confira na íntegra o artigo.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Ciclo de Entrevista: Geoprocessamento e Saúde-Mônica Magalhães



Em mais de meio século a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) tem contribuído para a saúde pública brasileira com descobertas científicas, vacinas, medicamentos, pesquisas isto desde que foi criada. Desenvolveu vacinas e medicamentos contra doenças infecciosas como a febre amarela, peste bubônica e doença de Chagas que foi descoberta pela Fiocruz, atualmente produziu a vacina de Oxford e a Astrazeneca ambas contra a Covid-19. E com estas doenças se vem a preocupação de rastrear, mapear...geoprocessar... sendo este um dos mecanismos para se frear ou buscar uma solução rapidamente para não se proliferar a doença. Por fim temos o prazer de entrevistar a nossa convidada e desde já agradecemos o seu tempo em ter participado no nosso blog e contribuir mais com os nossos visitantes. Graduada em Engenharia Cartográfica pela UERJ; Mestrado em Engenharia de Computação, área de concentração: Geomática – UERJ e Doutorado em Saúde Coletiva – UFRJ, é tecnologista pleno em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz então a nossa última entrevistada sobre Geoprocessamento e Saúde é a Dra. Mônica Magalhães. Depois das perguntas colocamos a referências usadas, e se possível deixe seus comentários .

1-PPEG- “O uso de técnicas de Geoprocessamento na área de saúde permite a análise da distribuição espacial de agravos, de problemas ambientais relacionados e a avaliação das redes de atenção à saúde. O uso dessas técnicas torna-se além de fascinante, custoso, pressupondo a incorporação de novas tecnologias e metodologias, em geral ausentes no setor. A capacitação e treinamento de profissionais de saúde nessa área se fazem mais necessária a cada dia” (MAGALHÃES). Em que outros segmentos, além do Coronavírus, a Fiocruz também esteve presente utilizando a técnica de Geoprocessamento sendo uma ferramenta essencial para a saúde da população?

Mônica Magalhães- A Fiocruz, a partir do Núcleo de Geoprocessamento do Instituto de Comunicação e Informação Tecnológica em Saúde, vem há mais de 30 anos atuando na utilização de Análise Espacial e Geoprocessamento para estudos de Saúde Pública. Não apenas na execução de análises, mas na formulação de métodos, técnicas e tecnologias na abordagem da importância do território nas questões ligadas a Saúde Pública. O Núcleo é pioneiro e vem trabalhando com diferentes agravos, especialmente os transmissíveis (dengue, zika, tuberculose, leptospirose, hepatites, leishmanioses, febre amarela, esporotricose, etc.) e suas relações com fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais e comportamentais.

Importante salientar que as ações do núcleo não se resumem a execução de projetos de pesquisa, mas também em formação e capacitação de profissionais do SUS, cabendo aqui, pesquisadores, estudantes, trabalhadores de serviços de saúde, da comunicação social e gestores.

2- PPEG- “...o Geoprocessamento foi fundamental para que houvesse um controle melhor em relação aos lugares, principalmente nos municípios, geralmente com a obtenção de dados das subnotificações da Secretaria Municipal da Saúde alguns fixos ou com interação sejam esses dados de recuperados, óbitos ou internados. Logo essa foi uma das ferramentas principais para tomadas de decisão para o combate à pandemia em que se pode definir o problema, buscando-se alternativas e avaliando-as caso a caso.”(FERREIRA) A partir desta citação o Monitora Covid-19 é um projeto essencial aonde consta todas informações em uma só plataforma desenvolvida pela equipe do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz). Se possível, nos conte mais sobre este projeto.

Mônica Magalhães - O embrião do MonitoraCovid-19 nasceu a partir das primeiras análises de dados sobre capacidade de internação do Brasil antes mesmo da doença chegar no país. Em março, quando contabilizávamos os primeiros casos confirmados no país, um pequeno grupo de pesquisadores se deu conta de que seria impossível monitorar a evolução da doença com as ferramentas disponíveis na época.

Assim, foi desenvolvido um sistema web de visualização e monitoramento da pandemia, interativo e escalável. O sistema reúne em um único ambiente de fácil interação, dados sobre casos, óbitos e vacinação da Covid-19 e eventos associados direta ou indiretamente à pandemia, como adoção de medidas de isolamento social, tráfego, congestionamentos, mobilidade de pessoas, utilização de transporte público, ocorrência de outras síndromes respiratórias, população em risco, produção legislativa e relatório municipal. O sistema é dinâmico e diariamente são incorporadas às informações coletadas de várias bases de dados de diferentes instituições: Johns Hopkins University Center for Systems Science and Engineering (JHU CCSE); Página oficial do Ministério da Saúde - Covid MS; Brazil.io; IDB CoronavirusImpact Dashboard (Waze); Google COVID-19 Community MobilityReports; Public Transit Index; Leis Municipais, etc. E ainda permite a inclusão de dados de outras fontes, em parcerias públicas ou privadas.

O acesso e download aos dados é livre através deste link clicando aqui. São disponibilizados modelos matemáticos para análise de tendências temporais e espaciais que permitem acompanhar a dispersão da doença em municípios, estados e países fornecendo informação confiável, transparente e de forma sistemática.

O sistema se dispõe a atender a sociedade consumidora de informações de saúde pública: a população em geral com intuito de fornecer informação correta e convincente sem que ela tenha de buscar ativamente em diferentes fontes de dados; pesquisadores e estudantes disponibilizando dados para desenvolver modelos preditivos adequados à realidade nacional capazes de informar ações de contenção e tratamento; e gestores da saúde pública permitindo análises para o fortalecimento da capacidade do estado brasileiro e das suas distintas unidades espaciais de monitorar a epidemia sem necessidade de um conhecimento de modelagem.

Todo o sistema é construído utilizando softwares livres de código aberto, utilizando dados de domínio público, abertos para download. Dados do Google Analytics demonstra que o MonitoraCovid-10 já foi acessado mais de 670.280 vezes e por 121 países.

3- PPEG- Dê uma sugestão de aos nossos visitantes do blog PEDAGEO utilizando o tema Geoprocessamento e Saúde em sala de aula.

Mônica Magalhães- Conhecer diferentes técnicas de manipulação e análise de dados de saúde é extremamente importante, sendo o Geoprocessamento um caminho muito promissor que permite inserir fatores ligados ao ambiente em que as populações residem, trabalham e ocupam, bem como fatores sociais, econômicos e culturais nas análises de problemas de saúde. Entretanto é necessário formular a pergunta norteadora do estudo e ter convicção na hipótese a ser levantada porque com tantas possibilidades de integração de dados o “céu é o limite”.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Ciclo de Entrevistas :Geoprocessamento e Saúde

Buscamos nesta citação, para dar início ao nosso ciclo de entrevista com o assunto escolhido lá no nosso twitter, da nossa nota que ainda será publicada e logo divulgaremos aqui: “ ...o Geoprocessamento foi fundamental para que houvesse um controle melhor do lugar, principalmente nos municípios, elaborados geralmente com os dados das subnotificações da Secretaria Municipal da Saúde, alguns fixos ou com interação, sejam esses dados de recuperados, óbitos ou internados, então esta foi uma das ferramentas principais para tomada de decisão aonde pode definir o problema, buscando alternativas e avaliando assim caso a caso”.(FERREIRA, 2020)

Milton Santos apregoava uma Geografia da Saúde interdisciplinar e geopolítica. Hoje a cartografias digitais permitem construir conhecimento colaborativos em rede e vidência áreas com saúde vulnerável. (LARANJEIRA, 4 de out. 2020)

A partir destas citações, convidamos e gentilmente aceitaram o nosso convite para serem os nossos entrevistados o Professor Ricardo Dagnino, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Pesquisadora Mônica Magalhães, da Fiocruz. Lembrando que logo após a segunda entrevista iremos já lançar a próxima enquete e contamos com a sua participação!

Citações:

FERREIRA. Silvana. CONEXÃO CHINA-BRASIL:o vírus turístico na construção geográfica do novo normal. (a ser publicado)

LARANJEIRA. Antonio Heleno Caldas. Mapas do Coronavírus: desafios e direções. Disponível em: <https://outraspalavras.net/outrapolitica/mapas-do-coronavirus-desafios-e-direcoes/>. Acesso em: 4 de out. 2020.


Você também vai encontrar o blog pedageo com nova roupagem: blogpedageo.wordpress.com

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

 Olá o blog pedageo está com uma nova roupagem acesse: blogpedageo.wordpress.com e deixe seus comentários!!

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Entrevista do Mês

 

Em 1995 graduou-se pela Universidade Regional Integrada –URI Erechim, em 2010 formou-se em Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo, sete anos depois concluiu o Doutorado em Diversidade Cultural e Inclusão Social na FEEVALE de Novo Hamburgo e atualmente está cursando o Pós-Doutorado em Educação pela Unochapecó. A nossa entrevistada do mês é a Professora Adjunta na UFFS- pelo Campus Erechim e Chapecó, Coordenadora Adjunta do PPG Educação, no Campus de Chapecó e também Coordenadora do Curso de Geografia na área da licenciatura no Campus Erechim; e na reestreia do nosso blog vamos conversamos com a Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira autora do livro Aprender e ensinar Geografia na sociedade tecnológica: possibilidades e limitações, então deixe seus comentários e curta o nosso blog! No final da entrevista colocamos as fontes que serviram de subsídios para as nossas questões.



  1. PPGE- “ ... o lugar torna-se o mundo do veraz e da esperança: e o global, midiatizado por uma organização perversa, o lugar da falsidade e do engodo. Se o lugar nos engana, é por conta do mundo. Nestas condições, o que globaliza separa; é o local que permite a união.” (SANTOS, p. 16, 1994) , Em sua opinião quais geografias que fazemos ou quais queremos no pós-pandemia do Coronavírus, em sala de aula?


Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira - Eu acredito na Geografia que tem como propósito a Educação Geográfica. Que possibilite aos estudantes da Educação Básica a construção do conhecimento relacionado ao seu dia a dia, porém não confundindo o senso comum com a memorização de informações e dados estatísticos.

As aulas de Geografia precisam possibilitar ao estudante a compreensão de que, apesar de vivermos em um “mundo globalizado”, existem grandes diferenças entre os espaços territoriais. É necessário que a leitura de mundo, feita pelos estudantes, possa proporcionar o reconhecimento das diferentes espacialidades, dos fenômenos que permeiam a sociedade e, principalmente, o sentimento de pertencimento a esse lugar.

É necessário, sim, que se dê grande atenção ao processo escolar que aconteceu durante a pandemia, pois, principalmente, os estudantes das escolas públicas, tiveram desiguais condições de acessos nesse período. Entretanto, é possível proporcionar, aos poucos, melhores oportunidades de aprendizagens na volta às atividades presenciais, especialmente, no que diz respeito ao uso das tecnologias digitais para as aulas de Geografia.

  1. PPGE- “Em função da rapidez com que as informações circulam, torna‐se ainda mais relevante o papel do professor no processo de construção do conhecimento, entendido como a sistematização das informações, juntamente com o aluno, pois as mudanças acontecem e sua contextualização é necessária para que se possa entendê‐las.” (OLIVEIRA, 2010, p.2) A educação em função da pandemia conseguiu abranger à todos?


Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira - Sem dúvida alguma, não. Somo um país de dimensões continentais e de desigualdade social. Na mesma proporção, isso faz com que os acessos sejam MUITO diferentes, tanto da parte dos alunos como dos professores.

Neste tempo de pandemia, a comunidade escolar teve que se reinventar. Alunos dividindo com seus familiares os suportes (celulares, tablets, nootbooks) para assistirem as aulas, professores precisando adquirir melhores recursos digitais (computadores, celulares, internet mais potente) para poderem desempenhar suas atividades… Os pais, por sua vez, também precisaram mudar suas rotinas, acompanhando mais de perto as tarefas dos filhos - alguns indo pegar e entregar o material nas escolas.

A “educação remota emergencial” que permeou o ano letivo de 2020/2021 possibilitou que os estudantes não ficassem sem atividades escolares. Porém, a desigualdade de recursos aumentou ainda mais a distância entre os estudantes de famílias carentes e os estudantes de famílias com renda maior.

Em minha opinião, a mudança só acontecerá se houver interesse político por parte das instituições, para formação de professores, aquisição recursos pedagógicos e organização de espaços específicos para as escolas funcionarem. É possível constatar, em muitas escolas, que os “velhos problemas” estruturais ainda fazem parte do dia. Juntando-se a esses, as novas demandas protocolares da pandemia.

  1. PPGE- "Eu até cogitei comprar um telefone para ela, mas eu recebo um salário mínimo e pago quase R$ 200 só de luz. Eu compro o celular ou comida. O celular mais simples não custa menos de R$ 500, fora a internet. Hoje, nossa prioridade é ir no mercado para repor o que precisa", afirmou à BBC News Brasil. Nesta perspectiva, até alguns anos o vilão em sala de aula era o celular, hoje um aliado para alguns, na sua opinião a falta da valorização dos professores e com os alunos também gera mais desistência em sala de aula?


Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira - Acredito que esse assunto é um pouco mais amplo.

A escola é um espaço de “aprendizagens”, que vai da construção do conhecimento em relação às ciências e do saber historicamente produzido, convivência com as pessoas, compartilhamento e também o uso de recursos; dentre eles, os recursos digitais.

Infelizmente, uma fala clichê do início do século XXI que está muito viva na escola ainda é a seguinte: “o computador (ou atualmente o Google) vai substituir o professor”. Afirmo que isso não é verdade. Primeiro, porque informação não é conhecimento. Segundo, porque o ser humano é um ser social - e a pandemia nos provou isso.

A desistência dos alunos tem maior relação com as condições econômicas das famílias do que com os recursos utilizados pelos professores em sala de aula ou as condições estruturais da escola.

O espaço escolar pode ser humilde e os recursos escassos, mas se o professor tiver o conhecimento referente a sua ciência de formação, os conhecimentos didáticos e pedagógicos e os conhecimentos sobre a realidade em que seus alunos estão inseridos, tem condições de mediar o processo de construção da aprendizagem de maneira emancipadora. Aí, o objetivo já foi alcançado.


  1. PPGE- Para finalizar, qual dica de leitura ou proposta de aula para ser ministrada tanto, híbrida ou presencial aos nossos colegas?


Dra. Ana Maria Oliveira de Pereira - Leitura básica para os professores:

- Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire .

Neste momento, indico aos professores, principalmente, das ciências humanas, o livro da psicóloga e filósofa Norte Americana Shoshana Zuboff, “A era do capitalismo de vigilância: luta por um futuro humano na nova fronteira do poder”. Esse livro nos dá a dimensão da “colmeia de conexões”, conforme Zuboff, que seduz e que, ao mesmo tempo, ameaça o futuro da democracia, da liberdade e, de maneira bem ousada, da humanidade.

Também tenho um livro de minha autoria: Aprender e ensinar Geografia na sociedade tecnológica: possibilidades e limitações. Curitiba-PR; Appris, 2019.

E um livro que participei na organização: Geografia que fazemos: Educação Geográfica em diferentes contextos. PAIM, R.O., PEREIRA, A.M.O., Copatti, C. GENGNAGEL, C.L. Curitiba-PR; CRV 2021.


Fontes dos embasamentos das questões:


Milton Santos: Técnica, Espaço e Tempo: Globalização e Meio Técnico Científico Informacional.

Ana Maria O. de Pereira: Aprendendo geografia com auxílio das tecnologias de rede


BBCBRASIL: Ensino remoto na pandemia: os alunos ainda sem internet ou celular após um ano de aulas à distância, entrevista concedida dia 3/05/2021 ao jornalista Felipe Souza. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56909255


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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Você sabe quem foi o Percy Lau?

 Em 2011 o colega Leonardo Gomes, da Unilasalle, fez o projeto desenhando o Brasil, de Percy Lau.


Estamos colocando aqui o link do profeto para você conhecer o trabalho deste desenhista, clica na imagem e confira. Se puder deixe seus comentários.